Estudo europeu revela que 8% dos trabalhadores portugueses afirmaram ter
um ou mais problemas de saúde ligados ao trabalho, situação que em mais de 48%
dos casos afetava o seu dia-a-dia e cerca de 50% determinava uma situação de
absentismo.
Os números são da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, mas não são confirmados pela coordenadora nacional da Campanha Europeia de Avaliação de Riscos Psicossociais. Cristina Rodrigues assume um aumento dos riscos para a saúde dos trabalhadores associados às alterações das condições e organização das empresas, mas por se tratar de uma nova realidade, não é fácil expressá-lo em valores.
Ao longo deste ano, a Autoridade das Condições de Trabalho participou na
campanha europeia, mas as conclusões desse levantamento, junto de
estabelecimentos de saúde, só vão ser conhecidas a 7 de Dezembro.
Na última década, as alterações no mundo laboral resultaram em riscos emergentes quer em termos de segurança quer em termos de saúde ocupacional, surgindo, a par dos físicos, químicos e biológicos, também os riscos psicossociais. É um desafio contemporâneo com ligações a problemas nos locais de trabalho. Há uns anos, falava-se apenas de stress, mas o tempo veio mostrar que há outros riscos que tem agora maior visibilidade.
Na última década, as alterações no mundo laboral resultaram em riscos emergentes quer em termos de segurança quer em termos de saúde ocupacional, surgindo, a par dos físicos, químicos e biológicos, também os riscos psicossociais. É um desafio contemporâneo com ligações a problemas nos locais de trabalho. Há uns anos, falava-se apenas de stress, mas o tempo veio mostrar que há outros riscos que tem agora maior visibilidade.
“Há o assédio, o assédio moral ou sexual. Também há a violência e,
depois, há uma panóplia elevada de fatores que podem induzir a esse tipo de
riscos”, explica Cristina Rodrigues.
Em relação aos números do estudo da Agência Europeia para a Segurança e
Saúde no Trabalho, segundo os quais há 8% de portugueses que admitiram ter um
ou mais problemas de saúde ligados ao trabalho, esta especialista é cautelosa e
lembra existirem situações que nem sempre se conseguem provar, já para não
falar da falta de enquadramento jurídico para algumas delas. Cristina Rodrigues
só tem uma certeza: é necessário continuar a alertar para estes riscos, que
podem aumentar com a instabilidade que se vive, e com consequências graves para
a produtividade do país.
“Há a desmotivação, o aumento do absentismo, o aumento da rotatividade,
menor produtividade, a deterioração da imagem emocional, o aumento de queixas
dos utentes e também o mau ambiente de trabalho”, alerta.
A Escola de Sociologia e Políticas Públicas (ISCTE) recebe, esta
quinta-feira, o V Encontro Ibérico para debater os riscos psicossociais no
âmbito do trabalho. A iniciativa é da Fundação MAPFRE, em colaboração com a
Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT). Portugueses e espanhóis
procuram conhecer melhor esta temática e promover a melhoria da qualidade das
avaliações de risco existentes, com uma aposta clara, na prevenção.