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sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Problema de Saúde Ligado ao Trabalho na Europa

Estudo europeu revela que 8% dos trabalhadores portugueses afirmaram ter um ou mais problemas de saúde ligados ao trabalho, situação que em mais de 48% dos casos afetava o seu dia-a-dia e cerca de 50% determinava uma situação de absentismo.

Os números são da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, mas não são confirmados pela coordenadora nacional da Campanha Europeia de Avaliação de Riscos Psicossociais. Cristina Rodrigues assume um aumento dos riscos para a saúde dos trabalhadores associados às alterações das condições e organização das empresas, mas por se tratar de uma nova realidade, não é fácil expressá-lo em valores. 
Ao longo deste ano, a Autoridade das Condições de Trabalho participou na campanha europeia, mas as conclusões desse levantamento, junto de estabelecimentos de saúde, só vão ser conhecidas a 7 de Dezembro. 

Na última década, as alterações no mundo laboral resultaram em riscos emergentes quer em termos de segurança quer em termos de saúde ocupacional, surgindo, a par dos físicos, químicos e biológicos, também os riscos psicossociais. É um desafio contemporâneo com ligações a problemas nos locais de trabalho. Há uns anos, falava-se apenas de stress, mas o tempo veio mostrar que há outros riscos que tem agora maior visibilidade.
“Há o assédio, o assédio moral ou sexual. Também há a violência e, depois, há uma panóplia elevada de fatores que podem induzir a esse tipo de riscos”, explica Cristina Rodrigues. 
Em relação aos números do estudo da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, segundo os quais há 8% de portugueses que admitiram ter um ou mais problemas de saúde ligados ao trabalho, esta especialista é cautelosa e lembra existirem situações que nem sempre se conseguem provar, já para não falar da falta de enquadramento jurídico para algumas delas. Cristina Rodrigues só tem uma certeza: é necessário continuar a alertar para estes riscos, que podem aumentar com a instabilidade que se vive, e com consequências graves para a produtividade do país.
“Há a desmotivação, o aumento do absentismo, o aumento da rotatividade, menor produtividade, a deterioração da imagem emocional, o aumento de queixas dos utentes e também o mau ambiente de trabalho”, alerta.

A Escola de Sociologia e Políticas Públicas (ISCTE) recebe, esta quinta-feira, o V Encontro Ibérico para debater os riscos psicossociais no âmbito do trabalho. A iniciativa é da Fundação MAPFRE, em colaboração com a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT). Portugueses e espanhóis procuram conhecer melhor esta temática e promover a melhoria da qualidade das avaliações de risco existentes, com uma aposta clara, na prevenção.
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