Este é um espaço importante sobre dicas para Saúde e Segurança no Trabalho e também em seus Lares. Com informações diretas e de forma simplificada para orientação na prevenção de acidentes.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Programa Trabalho Seguro

 A Campanha Trabalho Seguro 2014, promovida pelo Programa Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalhos da Justiça do Trabalho (Programa Trabalho Seguro), tem como foco a prevenção: “Acidentes não acontecem por acaso. Acidentes acontecem por descaso. A prevenção é o melhor caminho”. A campanha é composta por cinco vídeos, numa sequência que leva o espectador à ideia central (prevenção é o melhor caminho), quatro spots para rádio, cartazes e publicações nos perfis do Tribunal Superior do Trabalho no Facebook e no Twitter. Todos estão à disposição da sociedade para download e replicação. 
Neste e-mail, campanhatrabalhoseguro@gmail.com, você pode inscrever sua empresa para receber informações sobre as ações do Programa Trabalho Seguro e registrar sua opinião sobre a Campanha 2014.

O Programa Trabalho Seguro é uma iniciativa do TST e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho, em parceria com instituições públicas e privadas, visando à formulação e execução de ações nacionais voltadas à prevenção de acidentes de trabalho e ao fortalecimento da Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho. O objetivo do programa é contribuir para a diminuição do número de acidentes de trabalho registrados no Brasil nos últimos anos.


02/12/2014 - O Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS) está divulgando desde a última segunda-feira (24), em 75 ônibus de Porto Alegre, os vídeos da campanha "Prevenção é o melhor caminho", do Programa Trabalho Seguro.
A ideia central da campanha é de que acidentes não podem fazer parte da rotina nem acontecem por acaso, e sim por descaso. O objetivo é incentivar trabalhadores e empregadores para a aplicação de medidas para a prevenção de acidentes.
Os vídeos são veiculados em monitores de 75 ônibus da Companhia Carris, até 24 de dezembro. São três inserções por hora, de segunda a sexta-feira, ao longo de 18 horas diárias. Em um mês, a iniciativa somará cerca de 90 mil inserções.
Para o gestor regional do Programa Trabalho Seguro no TRT-RS, Desembargador Raul Zoratto Sanvicente, a divulgação nos ônibus é fundamental para os objetivos da campanha. "Os vídeos estão sendo assistidos por muitos trabalhadores e gestores, que usam transporte público para ir e voltar do trabalho", justifica o magistrado. Leia mais.

Fonte:   
                                logos - TST - CSJT 
 

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Problema de Saúde Ligado ao Trabalho na Europa

Estudo europeu revela que 8% dos trabalhadores portugueses afirmaram ter um ou mais problemas de saúde ligados ao trabalho, situação que em mais de 48% dos casos afetava o seu dia-a-dia e cerca de 50% determinava uma situação de absentismo.

Os números são da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, mas não são confirmados pela coordenadora nacional da Campanha Europeia de Avaliação de Riscos Psicossociais. Cristina Rodrigues assume um aumento dos riscos para a saúde dos trabalhadores associados às alterações das condições e organização das empresas, mas por se tratar de uma nova realidade, não é fácil expressá-lo em valores. 
Ao longo deste ano, a Autoridade das Condições de Trabalho participou na campanha europeia, mas as conclusões desse levantamento, junto de estabelecimentos de saúde, só vão ser conhecidas a 7 de Dezembro. 

Na última década, as alterações no mundo laboral resultaram em riscos emergentes quer em termos de segurança quer em termos de saúde ocupacional, surgindo, a par dos físicos, químicos e biológicos, também os riscos psicossociais. É um desafio contemporâneo com ligações a problemas nos locais de trabalho. Há uns anos, falava-se apenas de stress, mas o tempo veio mostrar que há outros riscos que tem agora maior visibilidade.
“Há o assédio, o assédio moral ou sexual. Também há a violência e, depois, há uma panóplia elevada de fatores que podem induzir a esse tipo de riscos”, explica Cristina Rodrigues. 
Em relação aos números do estudo da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, segundo os quais há 8% de portugueses que admitiram ter um ou mais problemas de saúde ligados ao trabalho, esta especialista é cautelosa e lembra existirem situações que nem sempre se conseguem provar, já para não falar da falta de enquadramento jurídico para algumas delas. Cristina Rodrigues só tem uma certeza: é necessário continuar a alertar para estes riscos, que podem aumentar com a instabilidade que se vive, e com consequências graves para a produtividade do país.
“Há a desmotivação, o aumento do absentismo, o aumento da rotatividade, menor produtividade, a deterioração da imagem emocional, o aumento de queixas dos utentes e também o mau ambiente de trabalho”, alerta.

A Escola de Sociologia e Políticas Públicas (ISCTE) recebe, esta quinta-feira, o V Encontro Ibérico para debater os riscos psicossociais no âmbito do trabalho. A iniciativa é da Fundação MAPFRE, em colaboração com a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT). Portugueses e espanhóis procuram conhecer melhor esta temática e promover a melhoria da qualidade das avaliações de risco existentes, com uma aposta clara, na prevenção.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Trabalho Sob Pressão


“Há quem chore ao telefone ou entre em pânico. O trabalho é repetitivo, os tempos cronometrados. Os chefes gritam aos ouvidos dos trabalhadores: É preciso vender, vender e vender, nem que seja levando os potenciais clientes  à exaustão. O setor dos call centers é um dos poucos que gera emprego em Portugal, mas há um preço a pagar.” 

Este é pequeno trecho de uma reportagem extraída do site da Renascença sobre o trabalho em um call centers em Portugal. Recentemente uma emissora de televisão brasileira exibiu uma matéria falando sobre este assunto aqui no Brasil, na verdade foi uma denuncia sobre algumas empresas que desrespeitam os direitos dos empregados, mas felizmente nem todas são assim, a maioria delas trabalham de acordo com as leis.


 A área de Segurança e Saúde no Trabalho SST, tem responsabilidades sobre situações como esta?

Os responsáveis pela SST devem ficar atentos para situações extremas, contribuindo para que se cumpram as leis vigentes, mas é necessário tomar cuidado para não interferir em situações que não sejam de suas responsabilidades. Os métodos de trabalho adotados nas empresas influenciam diretamente no bem estar dos empregados, por isto deve-se observar e transmitir estas informações ao empregador.


Toda função onde se trabalha sob pressão gera algum desconforto ao trabalhador, embora em algumas situações sejam necessárias cobranças, é importante que limites sejam respeitados. Estes limites devem ser estabelecidos, não apenas por aqueles que exercem funções de chefia, mas por todos os empregados respeitando seus próprios limites.

NR 17 - NORMA REGULAMENTADORA 17
ERGONOMIA
ANEXO II
TRABALHO EM TELEATENDIMENTO/TELEMARKETING
 

É responsabilidade da SST buscar junto ao empregador um ambiente físico adequado para os empregados, alertando para os perigos do uso indevido dos aparelhos, o tempo de uso, pausas durante o trabalho,a postura (ergonomia), entre outros, mas, além disto, é fundamental que este ambiente seja um local agradável no que diz respeito ao relacionamento entre os empregados.

Nem todos os profissionais da área de SST reconhecem a necessidade de promover um ambiente saudável no relacionamento interpessoal, mas é bom que entendam que isto pode evitar muitos situações de risco eminente.

Toda ação que cabe ao profissional em SST pode ser observada para que promova um ambiente saudável, não apenas no espaço físico, mas em sua convivência. O espaço que normalmente os empregadores ao Técnico de Segurança do Trabalho TST é bem limitado, durante o Diálogo Diário de Segurança DDS, mesmo sendo pouco tempo, é fundamental que seja muito bem utilizado com palavras incentivadoras e não de forma "mecânica".

Para um TST, as NR, quando aplicadas, buscam assegurar o bem estar dos empregados dentro dos diversos segmentos empresariais. Apesar desta maravilhosa ferramenta que temos para assegurar uma prevenção eficaz, devemos ir além, compreendendo situações e buscando soluções.
Convém lembrar que para a Organização Mundial da Saúde OMS, o bem-estar é definido da seguinte força:  

«Estado de completo bem-estar físico, mental e social e não consistindo somente da ausência de uma doença ou enfermidade.»

Texto de: José Luiz

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Agentes Cancerígenos


Embora já tenha sido matéria do dia 10/10/2014 no site do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), é importante a divulgação para atualizar os conhecimentos na área.
 
Governo lista agentes cancerígenos para humanos
Ministérios do Trabalho e Emprego (MTE), Previdência Social (MPS) e da Saúde (MS) criam lista referência técnica para elaboração de políticas das três pastas
Brasília, 10/10/2014 – Os Ministérios do Trabalho e Emprego (MTE), Previdência Social (MPS) e da Saúde (MS) criaram, por meio da Portaria Interministerial Nº 9, de 7 de outubro de 2014, a Lista Nacional de Agentes Cancerígenos para Humanos (Linach). A lista foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (8) e passará a ser utilizada como referência técnica para elaboração de políticas públicas das três pastas.

A Linach é composta de três grupos de agentes considerados cancerígenos: o grupo 1 – que inclui 114 agentes comprovadamente cancerígenos para seres humanos; grupo 2 A – que abrange 65 agentes provavelmente carcinogênicos para humanos; e o grupo 2 B – que reúne 284 agentes possivelmente carcinogênicos para humanos.

A primeira versão da Linach resulta da tradução da lista de agentes classificados pelos estudos da Agência de Pesquisas sobre Câncer (Iarc) da Organização Mundial de Saúde (OMS) até abril deste ano, devendo passar agora a ser atualizada semestralmente por técnicos dos três ministérios, com base em novos estudos científicos nacionais e internacionais.

Para o diretor do Departamento de Segurança e Saúde do Trabalho do MTE, Rinaldo Marinho,  a lista representa um grande avanço nas políticas de saúde, trabalho e previdência, pois trouxe para a norma nacional o resultado de estudos e pesquisas de grande relevância científica internacional.

De acordo com o diretor, a Lista atende previsão contida no Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (Plansat) e a proposta foi discutida e aperfeiçoada juntamente com a Diretoria de Saúde do Trabalhador do MS (DISAST), o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) e a Diretoria de Políticas de Saúde e Segurança Ocupacional do MPS (DPSO), antes de seguir à apreciação dos ministros.

Segundo Marinho, o câncer representa a segunda causa de morte no mundo, responsável por 17% dos óbitos de causa conhecida no Brasil e por 6,45% das aposentadorias urbanas por invalidez.  A Organização Mundial de Saúde estima que o contínuo crescimento e envelhecimento da população mundial tende a ampliar ainda mais o impacto do câncer, o que pode levar, em 2030, a 27 milhões de casos novos, 17 milhões de mortes por ano e pelo menos 75 milhões de pessoas vivendo com câncer dentro de cinco anos do diagnóstico.

Rinaldo Marinho salienta ainda que uma das formas mais destacadas de exposição a agentes cancerígenos é a ocupacional, “existem pelo menos 15 produtos químicos, grupos de produtos químicos e misturas presentes nos ambientes e processos de trabalho para os quais existem fortes evidências científicas como carcinógenos para humanos. Além deles, 28 agentes ocupacionais são classificados como ‘provavelmente carcinogênico para humanos’ e muitos outros considerados ‘possivelmente carcinogênico para humanos’”, afirmou.

 Assessoria de Imprensa/ MTE   Esta matéria foi reproduzia do site do MTE



 

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Uso da Bicicleta com Segurança

A cada dia mais pessoas passam a utilizar a bicicleta como meio de transporte. O número de usuários vem crescendo após campanhas sobre os benefícios para a saúde e a criação de faixas exclusivas para ciclistas.
Embora a quantidade de faixas ainda não sejam suficientes, este meio de transportes vem ganhando muitos adeptos. 
O uso regular da bicicleta trás vários benefícios físicos e mentais para os usuários, mas convêm entender que algumas medidas de segurança são necessárias.

Com o intuito de prevenir acidentes e preservar a vida humana e o patrimônio, existem regras definidas para a circulação das bicicletas.

Antes de sair:
  
1 - Certifique que a bicicleta possuem todos os equipamentos de segurança obrigatórios e se estão em perfeito funcionamento. (Campainha, sinalização noturna e espelho retrovisor esquerdo).

2 - Certifique que a bicicleta é apropriada para seu tamanho.

3 - Certifique que os freios estão funcionando perfeitamente e que as correntes de tração não apresentam folga demasiada.

4 - Verifique se os pneus estão com as ranhuras em perfeito estado e bem calibrados de ar.

5 - Use equipamentos de segurança apropriado para ciclistas (Luvas, óculos de proteção, capacete, cotoveleira, joelheira, tênis adequado e faixa reflexiva).

Regras de circulação do ciclista: 

1 - Não sair, fazer conversões, parar ou saltar da bicicleta antes de verificar se é seguro.

2 - Circular sempre pela direita das pistas de rolamento, o mais perto possível dos acostamentos ou das calçadas e somente utilizar a esquerda para ultrapassar ou mudar de direção.

3 - Andar em fila única.

4 - Manter-se do lado direito da pista para dobrar à esquerda com segurança. Em seguida aguardar um intervalo seguro na corrente de tráfego de ambas as direções, antes de iniciar o cruzamento.

5 - Não levar passageiro, a menos que a sua bicicleta tenha sido construída ou adaptada para isso.

6 - Não andar colado na traseira de outros veículos e nem carregar nada que possa afetar seu equilíbrio.

7 - Não rebocar e nem se fazer rebocar por qualquer veículo.

8 - Não conduzir animais.

9 - Circular a uma velocidade segura de forma a não criar perigo para a sua segurança e a dos outros.

10 - Respeite os pedestres e outros usuários da via pública.

11 - Usar de preferência as ciclovias ou faixas exclusivas para bicicletas quando houver.

"Prevenir  ainda é o melhor remédio"



Duas questões importantes para pessoas que se utilizam da bicicleta como meio de transporte para ir e voltar do trabalho:


1-) Se a pessoa vai de bicicleta ao trabalho ela tem direito ao vale transporte?

2-) Se ela sofre algum acidente no trajeto do trabalho indo de bicicleta é considerado acidente de trabalho?

“A jurisprudência do TRT é no sentido de que o Vale-Transporte, segundo a Lei, é um benefício destinado ao trabalhador usuário do transporte público, tendo a maior parte deste custo suportado por seu empregador. No caso de empregado que não necessite do benefício, pois utiliza-se de veículo próprio para conduzi-lo ao trabalho, este benefício deixa de ser obrigatório, passando a ser faculdade do empregador”.

“Em relação ao acidente de trabalho, o acidente ocorrido no percurso casa/trabalho/casa pode ser entendido como acidente de trabalho, mas, a responsabilidade do empregador sobre este acidente somente restará comprovada se ficar constatado que agiu de modo a contribuir para tal. Se o empregado não solicita o vale transporte porque não necessita dele e sofre o acidente, fica caracterizado o acidente de trabalho para fins previdenciários (benefícios durante o afastamento para tratamento). Todavia, se o empregador não fornecerá o vale-transporte ao empregado por opção deste em locomover-se por veículo próprio, mesmo uma bicicleta, o ideal é coletar uma declaração de próprio punho do empregado atestando isto.


Em resumo, pode sim ser considerado de trabalho o acidente nestas condições. Todavia, sempre será assim para fins previdenciários e somente responderá a empresa por alguma falha, caso esta possa ser comprovadamente de sua responsabilidade subjetiva, ou seja, que sua conduta tenha concorrido para isto”.


Para maiores informações convém ler o artigo sobre Acidente de Trajeto do site GRANADEIRO GUIMARÃES que trás com detalhes leis pertinentes sobre este assunto.

Sem dúvida o uso da bicicleta de forma apropriada e com todas as situações de segurança em dia só nos trás benefícios, a conscientização deve atingir não apenas os ciclistas, mas a todos que convivem com eles nas ruas, o respeito dos condutores de veículos maiores é fundamental para se evitar acidentes.

Procure seu médico, faça um Check-Up e adote este ideia.
Texto adaptado. 
   

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Autoestima

"Antigamente, acreditava-se que o grau de autoestima de uma pessoa era determinado na infância e se preservava intocado ao longo da vida. A boa notícia é que, nos últimos anos, a psicologia derrubou essa teoria. Hoje se sabe que é possível desenvolver a autoestima em qualquer idade e mantê-la elevada para sempre." (Revista Veja, edição número: 2015)

Ter autoestima é importantíssimo em nossa vida profissional, é um dos fatores que colabora na prevenção de acidentes.
Não vou usar recursos psicológicos porque não sou habilitado para isto, mas podemos falar de experiências, conceitos importantes para uma pessoa se sentir bem consigo e transmitir isto em diversas situações como: No trabalho, no relacionamento com as pessoas e em seu lar.
Sentir-se confiante é o primeiro passo para buscar conhecimento e acreditar na sua capacidade para aprender e desenvolver um bom trabalho.
Em todas as empresas, seja qual for o segmento, existem situações que colaboram para acidentes, estes riscos se tornam maiores quando apresentamos problemas de autoestima.

"Se você se acha muito pequeno para fazer a diferença, é porque você nunca esteve em uma cama com um inseto a sobrevoar."  (Betty Reese)

"As pesquisas mais recentes sobre autoestima apresentam outras duas novidades. A primeira é que é possível ter autoestima alta e baixa que se alternam. "Um indivíduo pode ter confiança plena em si no ambiente profissional, mas se sentir a última das criaturas no âmbito pessoal, e vice-versa", disse a VEJA o psicólogo Daniel Hart, da Universidade Rutgers, nos Estados Unidos, que detalhou essa teoria em um artigo do livro Self-Esteem: Issues and Answers (Auto-Estima: Casos e Respostas), lançado no ano passado. "Isso indica que, para aumentar a autoestima, não basta apenas ter pensamentos positivos generalizados. O ideal é concentrar-se nos pontos fracos que podem ser mudados e melhorados", observa Hart."

Quando nos sentimos confiantes entendemos com mais clareza que nossa segurança e de nosso colegas de trabalho são fundamentais, algumas atitudes impensadas não devem fazer parte do nosso dia.
Aceitar quem de fato somos, na verdade é entender que temos capacidade, podemos  aprender e nos tornar pessoas melhores a cada dia, respeitando e cumprindo nossos deveres profissionais e como cidadãos. 

Uma pessoa com autoestima elevada não se coloca em perigo porque se preocupa com sua segurança, não arrisca a vida de seus colegas de trabalho, segue as normas, tando  no trabalho como em seu lar.
Toda a habilidade adquirida com o tempo de trabalho não substitui a prevenção e esta verdade é algo que acompanha diariamente a pessoa que se importa com sua vida e segurança.

O diferencial construímos com atitudes, respeito aos nossos limites, mas com vontade de aprender e por em pratica o que aprendemos.
A Segurança do Trabalho é fundamental para este desenvolvimento, é o que te assegura uma oportunidade de vida sem acidente.
Texto: José Luiz de Paiva

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Avaliação Psicologia e os Acidentes de Trabalho

Avaliações Psicológicas são comumente utilizadas nos diversos meios organizacionais para avaliar traços de personalidade, perfil de candidatos a uma vaga e diagnóstico de aspectos psicológicos.
 
A procura dos profissionais de segurança e de recursos humanos pelas avaliações psicológicas com a finalidade de verificar o perfil de trabalhadores com propensão a sofrerem acidentes de trabalho tem crescido muito nos últimos tempos.

Por esta razão este artigo traz à luz os problemas éticos e técnicos que envolvem o uso de testes psicológicos na prevenção de acidentes de trabalho.

Avaliação Psicológica

A avaliação psicológica é uma atividade profissional questionada e controvertida na Psicologia, levando a discussões da cientificidade de testes psicológicos e sua padronização.

O Conselho Federal de Psicologia determina que os testes psicológicos devem ser avaliados segundo parâmetros específicos, com revisão periódica de condições, métodos e técnicas utilizadas para avaliação.

O Conselho tem, inclusive, baixado normas orientando sobre a utilização dos testes psicológicos.

Os Testes Psicológicos são de uso privativo do Psicólogo, que o utiliza como instrumento de trabalho, e estes por sua vez devem ser fundamentados cientificamente e aprovados pelo Conselho Federal de Psicologia.

O uso de testes em avaliação psicológica, como instrumento de trabalho, serve para orientar uma ação mais segura e adequada do psicólogo em seu trabalho, não somente utilizá-lo como diagnóstico final para traçar perfil, características de personalidade nem mesmo detectar se um indivíduo possui perfil acidentário.

Outras técnicas devem ser utilizadas em conjunto para uma melhor análise do indivíduo que está sendo avaliado. Destacam-se como ferramentas complementares, o uso de entrevistas focais, observação, dinâmicas de grupo, provas situacionais e avaliações periódicas.

O Fator Humano como Causa nos Acidentes de Trabalho

Muitos dos acidentes são comumente atribuídos a falhas humanas ou ao fator humano representado por desatenção, descuido, brincadeira, despreparo, incapacidade de quem se acidentou.
Autores estudiosos do comportamento humano nos acidentes de trabalho, mostram que para haver negligência ou desatenção de um trabalhador, houve anteriormente uma série de decisões, atitudes, comportamentos organizacionais que criaram condições para que o acidente ocorresse.

Os acidentes, portanto, não são atribuídos a uma única causa, este fenômeno é multicausal, determinado por fatores que influenciam os indivíduos, alterando assim sua conduta frente às situações do dia – a – dia.

Entender as causas dos acidentes é entender com maior clareza o comportamento de quem se acidenta, pois o comportamento é determinado tanto pela relação do homem com o meio como por suas características internas.
O aspecto cognitivo incide na questão da segurança de uma pessoa. Quando, por exemplo, características exigidas pela tarefa a ser executada não são de conhecimento da pessoa que a realizará, ela não terá todas as informações dos perigos, riscos, procedimentos, controles a adotar para realizar a atividade de forma produtiva e segura para si e para os colegas.

Acidentes também são decorrência de fatores como máquinas inadequadas e ambientes desfavoráveis.

Doenças na família e problemas financeiros, evidentemente influenciam o comportamento das pessoas.

Para entender o processo dos acidentes, é importante ressaltar que o erro humano resulta na interação homem – trabalho ou homem – ambiente onde estão implícitos três elementos: uma ação variável, uma transformação do ambiente ou máquina que não atenda a determinados critérios e o julgamento da ação humana frente a esses critérios (Ilda, 2003 p.30).

O erro humano acontece quando este percebe o ambiente de forma distorcida da realidade, seja por falta de informação do ambiente, percepção baixa dos perigos e riscos envolvidos na atividade e no ambiente, omissão dos fatos e de incidentes, falha em sua memória, erro em sua avaliação, falta de conhecimento de um procedimento, excesso de confiança e erro em seu processo de escolha.

A experiência nas empresas mostra que muitos dos acidentados conhecem os perigos, riscos e procedimentos corretos a adotar, mas por alguma razão escolhem comportarem-se de forma inadequada.
O repertório de comportamentos dos indivíduos é determinado por escolhas deles mesmos e isso é que vai expô-los aos riscos em seu ambiente de trabalho.

Alguns estudiosos argumentam que os acidentes de trabalho não estão associados a características de personalidade, não podendo desta forma, serem as pessoas submetidas a avaliações psicológicas para serem avaliadas se possuem ou não propensão a sofrerem acidentes de trabalho.

Ilda (2003) em seus estudos procura demonstrar que existem pessoas com maior propensão a se acidentarem, porém a teoria mais aceita atualmente, é que as pessoas mais propensas a sofrerem acidentes existem de fato, porém não são dotadas de características permanentes que as tornam mais susceptíveis a sofrerem acidentes de trabalho.

Dela Coleta (1991) menciona o fato de que muitos autores têm defendido opiniões que realçam a importância dos fatores ou traços de personalidade na determinação de acidentes, mas isto não foi ainda plenamente determinado. Quando se avalia a personalidade de um indivíduo, está sendo avaliada a organização dinâmica de seus aspectos biológicos, físicos, psíquicos, sociais, mentais e espirituais de sua interação com o meio externo.

Considerando que o comportamento de um indivíduo pode ser alterado mediante as situações que ele enfrenta no dia – a – dia, testes psicológicos não têm condições de detectar todos esses aspectos.

Prevenindo Acidentes de Trabalho

As condições que podem favorecer um comportamento mais seguro e adequado envolvem um processo educativo em segurança e saúde tornando dessa forma o ambiente mais seguro e saudável, para prevenir acidentes no ambiente de trabalho.
Considerando que os acidentes são causados por inúmeros fatores, descritos ao longo deste artigo, ressalta-se a importância de um trabalho preventivo envolvendo todos os fatores influenciadores na ocorrência de um acidente.

As atividades de prevenção poderão envolver modificação no ambiente de trabalho, desde a manutenção e inspeção dos equipamentos e máquinas, de forma sistemática, investimento em equipamentos de proteção individual e coletivo adequados e em boas condições de uso para as diversas atividades e uma melhor gestão do sistema de segurança, clima, cultura e qualidade de vida dos trabalhadores.

É necessária uma revisão nos processos de contratação de funcionários a fim de selecionar os profissionais mais adequados para o nível e tipo de trabalho a que se destinam seus serviços, bem como uma boa capacitação do funcionário quando inicia na empresa, através de participação em treinamentos específicos e gerais, para melhorar sua formação.

Outra contribuição para minimizar os riscos de acidentes no ambiente de trabalho é poder investir na qualidade de vida das pessoas, através de campanhas, ações ocupacionais envolvendo o trabalhador e seus familiares para resolução e prevenção nos aspectos sociais, psicológicos, médicos e econômicos.
O sistema de gestão da empresa também é um ponto a ser considerado como influenciador, a forma como são geridas as pessoas, sua relação com colegas de trabalho, relação com lideranças, produção versus segurança, pontos de insalubridade. 

Trabalhar estes aspectos é melhorar o ambiente físico, social e organizacional, pois o objetivo é a satisfação pessoal e profissional do trabalhador e sua melhor saúde laboral.

Conclusão

O uso de testes em avaliação psicológica deve ser de uso privativo do Psicólogo, servindo como um instrumento orientador em sua prática de atuação.
Este por sua vez deve ter aprovação do Conselho Federal de Psicologia mediante revisão periódica de suas condições, métodos e técnicas para uma atuação mais segura e adequada.

O uso de testes psicológicos para se detectar perfil acidentário é comumente requisitado por profissionais de segurança e recursos humanos, porém não existe relação simples e linear entre características de personalidade e os acidentes de trabalho.

A personalidade de um indivíduo é determinada pela relação que ele estabelece com seu meio. Pode-se dizer que seu comportamento pode ser alterado mediante as situações que ele enfrenta em sua rotina de trabalho e, um teste psicológico não tem condições de poder detectar todos esses aspectos.

As condições que podem favorecer um comportamento mais seguro e adequado envolvem um processo educativo em segurança e saúde, tornando desta forma o ambiente mais seguro e saudável para prevenir acidentes no ambiente de trabalho.
Nos acidentes de trabalho deve-se identificar todas as variáveis envolvidas no comportamento para poder introduzir ações corretivas e evitar consequências futuras e ações repetitivas.


Melhorando o ambiente, o clima, a qualidade de vida, os procedimentos, o conhecimento e o acompanhamento periódico, estão sendo oferecidas condições para que os trabalhadores possam atuar de forma mais produtiva e segura, minimizando a ocorrência dos acidentes de trabalho.

Autor(a): Camila Bounassar
Informações sobre Autor(a):
Psicóloga pela Universidade Filadélfia de Londrina (CRP 08/09569) . Consultora da Comportamento - Psicologia do Trabalho. Possui especialização em Gestão Contemporânea de Recursos Humanos pela UEL-PR.