Há quem sustente que as pessoas decidem aceitar um determinado nível de
risco para manter certo nível de conforto e que o risco zero não existe, pois
risco zero significa ganho zero. Arriscar-se faz parte da natureza humana e tem
a ver com a vontade de ganhar algo. O desejo de possuir uma cultura de
segurança robusta, muitas vezes, vira sonho quando se esbarra em um cotidiano
no qual normalmente aceitam-se riscos elevados.
Cultura de segurança, em uma definição simples, significa "a forma como as coisas ligadas à segurança são feitas no local". Compreende os valores e crenças e a maneira como elas interagem com a estrutura organizacional, seja formal ou não.
Tem a ver também com o modo como as pessoas lidam com os riscos, como os percebem e os aceitam. A percepção dos riscos aparece como fator humano recorrente em muitas investigações de acidentes e desafia os gestores em atividades perigosas a reduzir os acidentes de forma geral, incluindo os de trabalho e os de trânsito.
É possível modificar o comportamento das pessoas para que posicionem adequadamente o seu nível de aceitação para os riscos que correm no cotidiano?
Cultura de segurança, em uma definição simples, significa "a forma como as coisas ligadas à segurança são feitas no local". Compreende os valores e crenças e a maneira como elas interagem com a estrutura organizacional, seja formal ou não.
Tem a ver também com o modo como as pessoas lidam com os riscos, como os percebem e os aceitam. A percepção dos riscos aparece como fator humano recorrente em muitas investigações de acidentes e desafia os gestores em atividades perigosas a reduzir os acidentes de forma geral, incluindo os de trabalho e os de trânsito.
É possível modificar o comportamento das pessoas para que posicionem adequadamente o seu nível de aceitação para os riscos que correm no cotidiano?
Sabe-se que cada um dá o seu significado para um determinado risco,
independentemente do que os outros definam, mesmo sendo especialistas no
assunto.
O significado do risco está intimamente ligado a duas variáveis importantes: a gravidade do incidente e a sua probabilidade de ocorrência. Mas o cérebro se preocupa muito pouco com a probabilidade, como explica Amanda Ripley no seu brilhante livro The unthinkable - Who survives when disaster strikes - and why (em tradução livre, "O impensável - Quem sobrevive quando ocorre um desastre - e por quê").
Amanda Ripley magistralmente traz à luz uma verdade incontestável: "flertamos desenvergonhadamente com o risco". As pessoas usam atalhos emocionais, de acordo com a pesquisa comentada por ela. Não levam em conta a chance de um evento dramático ocorrer. Quanto maior a incerteza, maiores os atalhos, que são gatilhos para os erros.
O significado do risco está intimamente ligado a duas variáveis importantes: a gravidade do incidente e a sua probabilidade de ocorrência. Mas o cérebro se preocupa muito pouco com a probabilidade, como explica Amanda Ripley no seu brilhante livro The unthinkable - Who survives when disaster strikes - and why (em tradução livre, "O impensável - Quem sobrevive quando ocorre um desastre - e por quê").
Amanda Ripley magistralmente traz à luz uma verdade incontestável: "flertamos desenvergonhadamente com o risco". As pessoas usam atalhos emocionais, de acordo com a pesquisa comentada por ela. Não levam em conta a chance de um evento dramático ocorrer. Quanto maior a incerteza, maiores os atalhos, que são gatilhos para os erros.
Faz lembrar de um relato de uma ocorrência em uma determinada empresa em que os empregados se utilizavam de uma rampa ma saída do refeitório, para encurtar o caminho e também o tempo, aproveitar melhor seu horário de almoço, alguns para jogar dominó e outros para "cochilar" após a refeição, costumavam pular a cerca de proteção da rampa. por mais alerta que foi dado era difícil mudar o habito dos empregados, mesmo já tenho ocorrência de acidentes, em uma reunião do SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho), foi sugerido em tom de brincadeira, que se colocasse uma cerca elétrica no local. Claro que todos ali deram risada, mas esta brincadeira ilustra a dificuldade de conscientização do perigo.
Como avaliadores de riscos, calculando probabilidades para os desastres que podem sofrer. Esta é a visão calibrada de Paul Slovic, um dos mais reconhecidos especialistas quando se fala em risco percebido.
Amanda Ripley conta como Rick Rescorla, herói do Vietnã em 1965, tornou-se também herói em 2001. Ele previu o primeiro atentado à bomba no World Trade Center, em Nova Iorque, Estados Unidos, e também possíveis ataques com aviões. Por isso, ensinou aos empregados da Morgan Stanley a se salvarem na tragédia de 11 de Setembro.
Quando uma torre desabou, apenas 13 colegas da Morgan Stanley, incluindo Rescorla e quatro de seus funcionários da segurança, estavam lá dentro. Antes Rescorla havia retirado, de 20 andares, 2.687 pessoas que sobreviveram.
O livro de Amanda Ripley é obrigatório para quem lida com planos de emergências e aconselhável para quem anda de avião ou se aventura em cruzeiros e transatlânticos, como o Costa Concordia que adernou em 13 de janeiro de 2012 na costa da Itália.
Despreparo
Você, que mora ou trabalha em um edifício, já tentou procurar de olhos fechados a porta no seu andar que dá acesso à escada de emergência? Tem praticado, algumas vezes por ano, descer a escada de emergência? Ao embarcar em um avião, você conta as fileiras à frente ou atrás da sua até a saída de emergência? Você acha que vai enxergar algo dentro de um avião superlotado de fumaça?
Data: 31/01/2014 / Fonte: Revista Proteção
Artigo de José Luiz Lopes Alves, Engenheiro Químico (UFRGS), mestre em Qualidade (Unicamp) e doutor em Engenharia (USP)
Artigo de José Luiz Lopes Alves, Engenheiro Químico (UFRGS), mestre em Qualidade (Unicamp) e doutor em Engenharia (USP)